A Historia
Localizada na Zona da Mata Mineira, Barbacena tem mais de dois séculos de história desde sua fundação em 1791. É uma cidade-polo no Campo das Vertentes, região composta por 33 municípios.
Conhecida nacionalmente como “Cidade dos Loucos”, devido à presença histórica de hospitais psiquiátricos, também carrega o título oposto: “Cidade das Rosas”, em razão da sua floricultura notável.
A narrativa da produção de flores em Barbacena tem início por volta de 1950, com a chegada de imigrantes alemães e italianos. Fugindo da crise econômica do pós-Segunda Guerra Mundial, estabeleceram-se na cidade e trabalharam nas lavouras das famílias locais. O clima frio, a altitude e a localização privilegiada favoreceram o cultivo de flores, especialmente rosas. Uma das famílias pioneiras, os Loschi, buscou novas espécies em São Paulo para cruzar com as já existentes, dando início ao cultivo em estufas, operação de alta produtividade.
Como a atividade ainda era pouco difundida no Brasil, o negócio prosperou e outros produtores começaram a investir. Barbacena tornou-se referência nacional no segmento, exportando suas flores para Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Argentina e outros países das Américas e da Europa. Destacam-se empresas como Uniflor, Comflor, Brasil Flowers e a atual Associação Barbacenense de Produtores de Flores (Abarflores).
A Uniflor, fundada em 1967, quando a cidade já contava com 97 produtores ativos — o maior número registrado até então —, exportou cerca de 52 milhões de botões de rosas na primeira década e empregou aproximadamente 5 mil pessoas, mesmo diante de desafios como clima, escassez de mão de obra especializada e custo elevado de terras.
Em parceria com a prefeitura de Simão Tamm Bias Fortes, foi organizada em outubro de 1968 a primeira Festa das Rosas de Barbacena, idealizada por Isar Bias Fortes. O evento visava promover a floricultura local, atrair investimentos e homenagear os floricultores. A festa, que incluía a coroação da Rainha das Rosas — uma jovem representante da cidade —, ocorreu no Parque de Exposições “Senador Bias Fortes” e se tornou tradição até hoje.
Embora registros informais relatem soberanas desde 1950, o reconhecimento oficial pela prefeitura só ocorreu em 1968. Desde então, o evento tem sido realizado anualmente, com inovações constantes. Em 2006, a Festa das Rosas foi tombada como patrimônio cultural imaterial do município pelo conselho municipal correspondente.
Em suas edições, o evento já chegou a receber mais de 100 mil pessoas por dia, atraindo visitantes do Brasil e do exterior. Cada rosa — com nome e formato únicos — representa a tradição local. As soberanas, eleitas por jurados em geral de fora da cidade para garantir imparcialidade, preservam a cultura e dão continuidade às tradições barbacenenses.
Na economia local, além do turismo e da cultura, a floricultura se consolidou como a segunda atividade mais lucrativa — logo após a produção de leite —, gerando renda e oportunidades de trabalho rural de alta intensidade de mão de obra.
Agradecimento
A Prefeitura de Barbacena agradece imensamente aos autores do livro Reinado da Rosa, Thiago de Souza Rossi, publicitário, jornalista e gestor cultural, e Isabella Rocha Paolucci, jornalista e pesquisadora, que gentilmente contribuíram com informações valiosas para a construção desta página.
A colaboração de ambos foi essencial para retratar com sensibilidade e fidelidade a história, os significados e a riqueza cultural dessa tradicional celebração de nossa cidade.
Nosso reconhecimento e gratidão por manterem viva, por meio da pesquisa e da escrita, a memória do Reinado da Rosa e sua importância para Barbacena.
Rainhas das Rosas e Flores