13ª Rainha das Rosas de Barbacena - 1980

Em 1980, a Festa das Rosas de Barbacena foi incluída no calendário da Empresa Mineira de Turismo, a Turminas, e era considerada a principal atração turística e comercial da região, atraindo turistas dos principais centros do país. A Cidade das Rosas vendia 500 mil dúzias de rosas para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Goiânia, Fortaleza e São Paulo, além de exportar anualmente uma média de 10 milhões e 250 mil botões de rosas, perfazendo um total de CR$ 70 milhões. Países como Alemanha, Áustria, Inglaterra, Itália, Suíça e Estados Unidos eram os principais destinos das flores.
 
Naquela época, o cultivo de rosas empregava mais de 5 mil pessoas que atuavam em plantações que totalizavam 50 hectares, embora os produtores reclamassem, na época, de dificuldades como falta de mão-de-obra especializada, condições climáticas com quedas bruscas nas temperaturas e do alto custo de terras nas redondezas.
 
A Festa das Rosas aconteceu, em 1980, entre os dias 11 e 12 de outubro, com promoção da Prefeitura Municipal, Uniflor e Câmara dos Diretores Lojistas (CDL). Diferente de edições anteriores, a tradicional festa não contou com a realização paralela da Festa das Nações, o que levou a organização do evento a retornar com as festividades para o Centro de Barbacena. A Feira de Artesanato, que também possuía grande relevância, perdeu espaço no evento daquele ano.
 
Em meio às transformações que a década de 1980 começava a apresentar, uma forte amizade marcou a transição da coroa da Rainha das Rosas, tudo por que a até então detentora do título, Lélia Paiva, sonhava em ver a amiga Karla Bravo Coelho como sua sucessora no Trono das Rosas. Para isso, a Soberana de 1979 dedicou quase um ano à preparação de Karla para a conquista da coroa.
 
Nascida em Friburgo (RJ), a jovem com então 15 anos, dedicou-se e às vésperas do desfile de eleição, recebeu em sua casa, juntamente com a sua família, um casal de alemães que veio passar uma semana na cidade e também participaria da festa. Os dois pediram para que Karla desfilasse para eles, e após uma breve exibição, o homem disse que tinha uma dica importante para a moça, solicitando que a mesma trouxesse uma lixa. O alemão lixou a sola da sandália que ela usava, pois havia observado que Karla, durante algumas viradas, estava dando escorregando um pouco e disse que aquela técnica iria ajudá-la. Outra pessoa que também teve uma mostra da desenvoltura de Karla, foi Lélia, que teria considerado a performance da amiga como “perfeita”, dizendo que não tinha dúvida de que ela seria a sua sucessora.
 
No dia 11, o salão do Olympic Club, todo ornamentado de rosas e com um aspecto primaveril proporcionado pela decoração do artista José Juscelino da Silva, recebeu as 23 jovens apresentadas pela Manequim de Juiz de Fora, Carminha Lopes e por Sérgio Miranda, Diretor Social da CDL. Uma caravana alemã ofereceu a cada candidata uma boneca da indústria do país europeu.
 
Após a apresentação da banda “Pendulum”, de Belo Horizonte, todas as aspirantes ao título desfilaram graciosamente, no entanto, uma jovem se destacou com um lindo vestido de tons branco e lilás, que tinha em sua saia o aspecto das pétalas de rosas e, quando ela desfilava, era como se essas pétalas se abrissem. A candidata se emocionou e emocionou também a Rainha de 1979 quando os jurados anunciaram o nome da Soberana de 1980: Karla Bravo Coelho.
 
No dia seguinte, um desfile de carros alegóricos com a nova rainha, a Soberana de 1979 e as princesas, atravessou as principais ruas da cidade, indo da Praça Dom Silvério até a Praça dos Andradas, fazendo contorno pelo Clube Barbacenense. A Banda do 9º Batalhão de Polícia Militar e a fanfarra da Escola “Rafaela Menicucci” de Visconde do Rio Branco (MG), acompanharam os veículos, que logo em seguida ficaram expostos no Jardim Municipal. Cerca de 80 ônibus de turismo estiveram na cidade, vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e das muitas cidades de Minas Gerais. A festa só não foi maior, por que um grande temporal atingiu a cidade, adiando a transmissão da coroa, que foi feita posteriormente.
 
Até hoje Karla se lembra com carinho do seu reinado e atribui a conquista da coroa a sua amiga Lélia, que segundo a Rainha de 1980, foi quem a convenceu a participar daquele concurso da qual saiu vencedora. A Coroa das Rosas passava a ganhar novos significados aquele ano, tornando-se um elo de carinho e o símbolo de uma amizade que perdura para além da eternidade.