4ª Rainha das Rosas de Barbacena - 1971

Na edição de 28 de outubro de 1971, do Jornal Cidade de Barbacena, o poema do diretor social do Olympic Club, Egberto Hallais França, em homenagem às Rainhas das Rosas se encerrava com o seguinte verso: “São dois encantos, senhores, / A camponesa das rosas / Com as Rainha das flores”.  Foi neste ano que as princesas e a Rainha das Rosas começaram a utilizar o vestido de camponesa, que se tornaria uma das mais tradicionais marcas do concurso e da Festa das Rosas.
 
Naquele ano, com 71 floricultores em atuação junto a Uniflor, a cidade exportava para Holanda e Argentina, estando em cogitação remessas de rosas para países como Japão, Índia, Dinamarca e Inglaterra. A área de plantação chegava a 120 hectares, com uma produção que atingia 9 milhões de roseiras que atingia números de cerca de 9.630.000 dúzias por ano atendendo o mercado interno e 720.000 chegando ao mercado externo. Em termos de comparação, no ano de 1968 (época da primeira Festa das Flores) o número de roseiras cultivadas em estufa era de 50.000, já em 1971, esse número passou para 600.000, com uma padronização de 180.000 dúzias em 200.000m².
 
 
Com todos estes números positivos, Barbacena tinha razões de sobra para realizar a  4ª edição da sua já famosa Festa das Rosas, que neste ano contou com as presenças do então presidente do Banco do Brasil, Nestor Jost, e do diretor da mesma instituição financeira, Mário Pacini, que afirmaram que as rosas de Barbacena representavam energias novas no programa de desenvolvimento do país. Além deles, também se faziam presentes o Dr. Olavo Freire, representando o governador Rondon Pacheco; o Deputado Bonifácio de Andrada; Líder do governo e da Arena; vereadores e prefeitos de vários municípios vizinhos.
 
Como todas as festas anteriores, os organizadores promoveram o Baile das Rosas, onde 22 jovens concorreram ao título de Rainha das Rosas 1971. No dia 16 de outubro, sábado, com promoção da Diretoria de Turismo e colaboração da Uniflor e Associação de Crédito Rural, o Olympic Clube recebeu as candidatas e dezenas de pessoas, que assistiram a escolha do júri, entre requisitos que variavam entre conhecimento de rosas, beleza e desembaraço, da jovem Gelta de Azevedo Carvalho, de 15 anos, como a nova Soberana das Rosas de Barbacena. O Baile das Rosas foi regido pelo som do mineiro Célio Balona, famoso por suas apresentações na TV Itacolomi, e seu conjunto musical.
 
Em palanque armado na Praça dos Andradas, bem no Centro de Barbacena, autoridades civis e militares, convidados, jornalistas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, emissoras de televisão, população em geral e dezenas de turistas testemunharam a coroação de Gelta Carvalho pelo prefeito João Lopes da Silva diante de  um admirável tapete, com cerca de 20m², formando na parte central um coração de pétalas vermelhas e desenhos laterais de pétalas de rosas amarelas, vermelhas, brancas, coral e marchetadas de vermelho e branco.
 
Sob uma chuva de pétalas de rosas atiradas pelos aviões da Epcar, teve início o desfile de dez carros alegóricos, que seguiram atrás da fanfarra do Colégio Estadual “Professor Soares Ferreira”. Os belíssimos veículos levavam, além da Rainha e das princesas, as bandeiras do Brasil, de Minas Gerais, de Barbacena e Uniflor, em um projeto artístico elaborado por Osmar Faria e executado pelos floricultores.
 
Gelta, que é natural de Belo Horizonte, conta que sua participação no evento aconteceu por pedido do pai, Carlos Carvalho, que na época era presidente do Sindicato Rural de Barbacena, e que o vestido de camponesa que utilizou, foi criado pela própria mãe. Atualmente vivendo na cidade de Pedro Leopoldo (MG), a eterna Rainha das Rosas de 1971 guarda na memória a hospitalidade do povo barbacenense e torce para que a cidade volte a se destacar pela sua produção de flores.