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Rainha das Rosas
Atualizado em: 02/08/2025 às 18h13
Rainha das Rosas de 1992 - Geisimara do Prado
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Mariane Pacheco 1968

Geisimara do Prado

25ª Rainha das Rosas de Barbacena - 1992

A Rosa Tributum

A palavra em latim “tributum”, traduzida para o português pode ter diversos significados, sendo um deles homenagem. Esta é uma boa definição para a Festa das Rosas de Barbacena, uma homenagem à cultura da cidade, aos floricultores e aos barbacenenses que sempre se preparam para receber da melhor forma possível os turistas que anseiam conhecer um pouco mais da história da Cidade das Rosas. Em 1992, no entanto, essa honra se tornou ainda maior após a coroação de Geisimara Pereira Alves como Rainha das Rosas…
 
Para a realização do evento, venceu a licitação o Grupo Prisma Produções Artísticas, de Belo Horizonte. A empresa, no entanto, não cumpriu com o prometido, deixando a Prefeitura em situação delicada perante o público. O contrato assinado estabelecia que a firma ficaria responsável por toda a programação de shows e atrações durante a Festa das Rosas e também pela instalação do sistema de sonorização no Parque de Exposições, ganhando da administração municipal o direito aos valores dos estandes, arrendamento de todas as barracas, cobranças de estacionamento, entre outras fontes de renda.
 
Logo na primeira noite do evento que aconteceu no mês de outubro, os problemas começaram a acontecer. Na sexta-feira, o público esperava assistir ao show anunciado de Zé Ramalho, o que não aconteceu. O músico chegou a comparecer na cidade juntamente com sua banda, mas recusou-se a se apresentar por falta de pagamento.
 
No dia seguinte, o show da dupla sertaneja Diego e Danimar também não foi realizado, e por volta da meia-noite o palco vazio foi ocupado pela apresentação do grupo Led Zeppelin Cover, programada para acontecer no domingo. Sem show para o dia seguinte, a Prefeitura foi obrigada a patrocinar por conta própria a apresentação de Sá e Guarabira, a fim de evitar mais reclamações.
 
Na última noite de evento, os problemas continuaram. Entre o público pairou uma grande dúvida sobre a identidade dos integrantes do grupo Os Abelhudos e mais tarde o show de Elymar Santos só aconteceu em razão de um acordo de última hora entre o músico e a municipalidade. O Grupo Prisma não dispunha de dinheiro para pagar o cachê de Cr$ 30 milhões, possuindo apenas Cr$ 16 milhões, e foi necessário que os assessores da administração municipal levantassem o dinheiro que faltava, tendo o prefeito Vicente Araújo contribuído com alguns milhões para garantir a realização do show.
 
Com o fim da Festa das Rosas, a Prefeitura conseguiu na justiça o embargo do carro supostamente pertencente ao diretor do Grupo Prisma, Ademir Lopes. A Mercedes Benz avaliada em cerca de 40 mil dólares ficou retida no pátio da Prefeitura durante dois dias como garantia do pagamento da dívida, mas o carro acabou sendo liberado por não pertencer ao empresário.
 
Até a noite de quinta-feira, a Prefeitura Municipal e o empresário tentavam chegar a um acordo, mas a imagem da administração municipal já estava comprometida perante o público, calculado em 35 mil pessoas, que compareceu para participar da Festa das Flores.
 
Apesar de tanta injustiça, nos salões do Olympic Club o concurso de Rainha das Rosas pela primeira vez teve como escolhida uma verdadeira representante da classe dos floricultores. Filha do produtor Jésus Alves de Paula, a jovem de 16 anos Geisimara Pereira Alves recebeu o título 10 meses após a morte de seu pai, realizando o sonho dele de que ela participasse do concurso.
 
As participantes eram escolhidas através de indicação das entidades, mas no caso dela, sua mãe, Maria Deusenir Pereira Alves, foi até a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) onde havia uma lista de órgãos que gostariam de patrocinar participantes e dentre todos ela optou pelo Sindicato do Comércio Varejista, sendo ela a primeira candidata por eles apresentada a vencer. Além disso, ela também foi a primeira eleita a usar um vestido da costureira Marina Novak, chegando até mesmo a ganhar o traje de presente após tantas pessoas procurando pela costureira responsável pelo lindo vestido usado pela Rainha das Rosas de 1992.
 
Com o antigo costume de expor as fotos das até então princesas nas vitrines das lojas, Geisimara se lembra de que isso gerava diversos comentários pela cidade, entre eles o de que ela não ganharia por usar aparelho, fazendo com que ela o tirasse uma semana antes da Festa das Rosas, onde ela realizou uma dança especial com os alunos da Epcar.
 
Em seu discurso de vencedora, ainda que tivesse tudo escrito e preparado, a Soberana falou com o coração, fugindo do texto devido ao sentimento intenso que a preenchia. Sem saber como concluir e em meio às lágrimas pelo que tudo representava, hoje ela se lembra com bom humor de como finalizou o seu discurso simplesmente com um “ah, sei lá”. Sua emoção não era apenas pela conquista, mas por sua história de vida, por ter acompanhado a trajetória de seu pai como floricultor e todo o trabalho dedicado para dar o melhor para sua família.
 
Geisimara Pereira Alves até os dias de hoje é lembrada como a Rainha das Rosas de 1992 e com carinho ela relembra o momento em que recebeu sua coroa, considerando sua eleição como a responsável por fazê-la se reerguer. O título, por ela dedicado ao pai, sempre será uma homenagem ao homem que a criou com todo o amor, mantendo-o vivo em sua história e na de Barbacena, afinal ele não apenas coloriu a cidade durante tantos anos com diversas flores, mas também foi o responsável por trazer ao mundo a mais bela rosa, que tem seu nome marcado para sempre nos jardins reais barbacenenses.
 
LEGENDA: “O meu pai foi lembrado através de mim, então eu acho que essa é a parte mais emocionante” — Geisimara Pereira Alves do Prado, 2022
 
Pai: Jésus Alves de Paula
Mãe: Maria Deusenir Pereira Alves
11/02/76

 


 

Fonte: “O Reinado da Rosa: A História das Rainhas de Barbacena”, Isabella Paulucci & Thiago Rossi.

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