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Rainha das Rosas
Atualizado em: 02/08/2025 às 14h54
Rainha das Rosas de 2001 - Juliana Nomya
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Mariane Pacheco 1968

Juliana Nomya

34ª Rainha das Rosas de Barbacena - 2001

A Rosa Sakura

Conhecida como “Sakura”, as flores de cerejeira são mundialmente famosas pela beleza que colore os parques no Japão. Ao redor dela, giram diversas lendas, sendo a principal a da princesa Konohana Sakuya Hime, cujo nome significa Princesa do Florescimento das Árvores. Segundo a mitologia japonesa, Ninigi no Mikoto, neto da Deusa do Sol, teria se apaixonado pela princesa e por isso não hesitou ao pedir sua mão em casamento para o seu pai, Deus Regente das Montanhas. Ele, no entanto, ofereceu a mão de sua filha mais velha, Iwanaga, a Princesa das Pedras, com o voto de que a vida dos Imperadores seria tão eterna quanto às rochas. Ninigi recusou e então ele concordou em dar-lhes sua bênção, mas a vida humana se tornou curta e fugaz como as flores de cerejeira, principal símbolo da então esposa de Nigini.
 
Buscando a volta das exportações de rosas, a Abarflores tinha como um dos objetivos a construção de um galpão frigorífico para armazenamento de flores. A entidade conseguiu o recurso de R$170 mil pela CEASA de Belo Horizonte para custear a obra, dependendo apenas de um terreno para a instalação. A primeira tentativa de obter um local ocorreu no ano 2000, através de uma negociação com o Poder Público. O então prefeito, Paulo Scarpelli, encaminhou à Câmara Municipal um projeto de lei doando à Abarflores um terreno de 500m², às margens da BR-040, mas ele não chegou a ser discutido.
 
Em 2001, ele foi colocado em pauta pelo prefeito Célio Mazzoni, mas sofreu forte resistência por parte da oposição. Após reavaliar a questão, o mesmo projeto foi colocado novamente em votação, mas a doação não ocorreu. O terreno oferecido pelo vereador Eduardo Batata foi recusado pela assessoria jurídica da Abarflores, por se encontrar em julgamento na demanda do município com a empresa Itambé. Os produtores se retiraram da Câmara Municipal, ameaçando não participar da Festa das Rosas daquele ano, isso porque se uma solução não fosse encontrada em curto prazo, eles poderiam perder o dinheiro a eles disponibilizado. Caso os floricultores não participassem da festa, foi cogitado o uso de rosas de papel no evento.
 
No mês de agosto, vereadores encaminharam à Mesa da Câmara um requerimento solicitando a volta do projeto à pauta de discussão. O documento, deferido pelo presidente da Câmara, Ronaldo Braga, cumpria a determinação de que o pedido teria de ser assinado pela maioria dos parlamentares. Com a aprovação, em setembro o prefeito voltou a protocolar o projeto na secretaria e diversas sessões extraordinárias foram marcadas. Entretanto, em outubro a tramitação foi suspensa devido a uma liminar concedida pela Justiça de Mandado de Segurança ao vereador da oposição José Higino Ferreira, que alegava inconstitucionalidade no processo. De acordo com ele, com base no Regimento Interno da Câmara e nas Constituições municipal, estadual e federal, a maioria dos parlamentares não havia assinado o requerimento.
 
Braga entrou com recursos no Tribunal de Justiça, em Belo Horizonte, para derrubar o mandado de segurança e retornar com o projeto à pauta do Legislativo e o terreno enfim foi doado, sendo construída uma sede própria para a Abarflores. Além da possibilidade de exportação, o setor ganhou um local para reuniões, exposição de seus produtos e fechamento de novos contratos. No mesmo ano, cerca de 5 mil dúzias de flores foram encaminhadas para Portugal e, através de um acordo com produtores de Holambra, no interior de São Paulo, foram feitos contratos e negociações com a Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, entre outros.
 
Os preparativos para a Festa das Rosas foram iniciados e, pela primeira vez, o evento contou com a participação e assessoramento da Abarflores e seus 38 associados, que juntos eram responsáveis pela geração de 500 empregos diretos e 200 indiretos, movimentando uma quantia superior a R$ 1 milhão por mês.
 
O Baile das Rosas aconteceu no dia 6 de outubro no Automóvel Clube, tendo como eleita a Rainha das Flores a jovem Juliana Melo Nomya. De apenas 15 anos, ela já havia morado durante 10 anos no Japão e de volta ao Brasil ficou sabendo da festa anual em sua cidade natal. Representando o Rotary Club - Monte Mário e usando um traje de Patrisia Paes que ela guarda até os dias de hoje, a Soberana foi acompanhada por sua mãe durante todo o processo. Seu pai, que estava fora do país, demonstrava seu apoio através de ligações, sempre mantendo o contato com a filha.
 
A Festa das Rosas movimentou toda a cidade. Graças ao Movimento Empresarial de Barbacena, todas as vitrines das lojas da cidade foram enfeitadas com flores para o concurso e premiação de mostruário. Em frente ao Santuário da Matriz de Nossa Senhora da Piedade, os comerciantes trouxeram de volta uma antiga tradição, confeccionando um tapete de rosas e flores entre o Jardim Municipal e a escadaria da igreja. As principais ruas do município receberam centenas de vasos contendo as mais belas rosas e os hotéis, lanchonetes e confeitarias usaram flores para decorar seus pratos.
 
O evento contou com um Pavilhão Fashion e os artesãos expuseram seus trabalhos em dois pavilhões diferentes: um para os trabalhadores da região e o outro para a Associação dos Artesãos Barbacenenses. Além de objetos por eles confeccionados, havia também doces artesanais como trufas que receberam diversas formas de flores e doces de frutas. Apresentados especialmente para a Festa, também foram apresentados alimentos que tinham como principais ingredientes as flores e rosas barbacenenses, como por exemplo o licor de rosas, produzido pelas irmãs de Pinheiro Grosso.
 
A Rainha das Rosas de 2001, Juliana Nomya, deixa como mensagem a importância da preservação dessa tradição, que permanece cravada na história de Barbacena até os dias de hoje. Essa cultura deve ser mantida e aproveitada de maneira intensa, tal qual a lição ensinada aos japoneses pelas flores de cerejeira, pequenas preciosidades da natureza que merecem ser apreciadas ao máximo ou, no caso da Festa das Flores, vivida ao máximo.
 
LEGENDA: De acordo com os levantamentos da Festa das Rosas 2001, marcaram presença 21 mil pessoas pagantes e um total de 100 mil visitantes no Parque de Exposições, que manteve aberto seis pavilhões e contou com a participação de 20 expositores e produtores. No estacionamento, foram registrados 4792 carros, 115 ônibus de turismo e 62 vans.


 

Fonte: “O Reinado da Rosa: A História das Rainhas de Barbacena”, Isabella Paulucci & Thiago Rossi.

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